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De acordo com a Teoria de Herzberg, dois fatores referentes às condições de trabalho e relações interpessoais são responsáveis pela motivação e pelo engajamento dos funcionários. Mas não pense que essa conclusão é baseada em achismo. Pelo contrário! É o que constatou uma pesquisa realizada com centenas de trabalhadores industriais de Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA).
O psicólogo estadunidense Frederick Herzberg encabeçou a investigação que deu origem à Teoria dos Dois Fatores. Ela consistia em questionar os trabalhadores para entender o que despertava a satisfação e a insatisfação no ambiente de trabalho.
Depois de coletar e organizar os dados, Herzberg desenvolveu a teoria e a publicou em 1959 no livro The Motivation to Work (Motivação para Trabalhar, em português). O impacto foi tão grande que mesmo hoje, mais de 60 anos após o seu lançamento, a obra continua relevante para gestores e empresários que desejam criar ou manter uma equipe feliz, motivada e produtiva.
Mas afinal, quais são os dois fatores que Herzberg identificou em sua pesquisa? Vamos conhecê-los a seguir.
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Identificados como circunstâncias externas aos colaboradores, os fatores higiênicos estão ligados às condições do ambiente de trabalho e são diretamente definidos pela empresa, como o próprio nome sugere. Abaixo você confere alguns deles:
Um dos principais insights da Teoria de Herzberg é que problemas ou a ausência desses aspectos pode causar a insatisfação dos funcionários. E não é para menos…
Coloque-se no lugar do colaborador e responda: você gostaria de passar entre seis e oito horas em um local sujo, desorganizado e desconfortável? Ou com um salário baixo e péssimo astral entre os colegas? Arriscamos dizer que não.
Porém, as descobertas do estudo não acabam aí. A pesquisa também deixou claro que apenas a implementação desses fatores não é suficiente para promover a satisfação de quem trabalha. Em outras palavras, a oferta dessas condições é o mínimo para se ter um ambiente adequado.
Para que a satisfação plena dos colaboradores seja uma realidade na empresa, os fatores motivacionais também precisam ser levados em conta.
De certa forma, esses aspectos estão sob o controle do colaborador, pois têm relação com os seus objetivos profissionais e questões mais subjetivas. Os principais são:
Apesar de serem elementos relacionados à percepção dos funcionários, as organizações devem fomentar esses aspectos com algumas medidas. O reconhecimento e a perspectiva de crescimento, por exemplo, podem ser promovidos por meio de uma cultura de feedback. Além disso, desenvolver planos de carreira e de desenvolvimento pessoal também pode ajudar.
Não existe segredo: negócios que desejam ter profissionais engajados devem valorizá-los e trabalhar ativamente para a melhora desses e de outros quesitos organizacionais.
O objetivo da Teoria de Herzberg é melhorar o engajamento dos colaboradores. Por isso, ao implementá-la na sua estratégia, esse é o principal resultado a ser conquistado.
Por meio do aprimoramento dos fatores higiênicos e motivacionais, os funcionários se sentirão mais valorizados e, consequentemente, terão mais ânimo para focar nas metas da equipe e nos desafios diários.
A lógica é simples: colaboradores motivados produzem mais e melhor porque entendem que seu trabalho gera resultados e é importante para o funcionamento da empresa.
Movimentos de demissão em massa como o great resignation, nos EUA, e o chamado quiet quitting (“demissão silenciosa”, quando o colaborador se limita a cumprir estritamente as atribuições no seu escopo) vêm ganhando espaço nas notícias e reforçam a ligação entre o desempenho dos funcionários e a valorização pela empresa.
Se não estiverem minimamente engajados com a rotina produtiva, os colaboradores tendem a diminuir a urgência e a qualidade das entregas, impactando na gestão de recursos e, indiretamente, na satisfação do cliente.
O turnover ou taxa de rotatividade consiste no percentual de colaboradores que deixam a empresa em um determinado período.
A análise desse indicador pode ser muito útil para entender o nível de satisfação dos funcionários. Um índice de turnover muito alto pode apontar para graves problemas organizacionais incentivando os colaboradores a saírem da empresa.
Com funcionários satisfeitos, o índice de rotatividade tende a diminuir, favorecendo a retenção de talentos e economizando recursos que seriam gastos em novos processos de seleção e treinamento.
Vamos colocar a Teoria de Herzberg na prática? Para começar, é só seguir o nosso passo a passo. Confira!
1. Faça uma análise criteriosa do ambiente da empresa e entenda os fatores higiênicos. Ou seja: analise o espaço físico e os equipamentos que os colaboradores têm à disposição para realizar suas funções.
Além disso, anote cada aspecto que compõe os fatores higiênicos e confira um a um. Pesquisas internas de satisfação ajudam a mensurar aspectos mais abstratos como o engajamento e a perspectiva de carreira.
Dica: você sabia que um CRM pode ajudar nesta parte? Além de centralizar informações sobre os clientes e o seu funil de vendas, a plataforma reúne dados relevantes sobre a própria empresa, como informações dos colaboradores, índices de participação e de turnover.
2. É hora de olhar para os fatores motivacionais e fazer o que Herzberg chama de “enriquecimento do trabalho”. Essa etapa foca em trabalhar o conhecimento e as habilidades de cada colaborador de forma individual.
Segundo a teoria, isso pode ser feito de duas formas:
a )De maneira horizontal, quando há uma diversificação das tarefas, demandas e atribuições para deixá-los mais motivados;
b) De maneira vertical, quando se eleva ou diminui a dificuldade no trabalho para favorecer o engajamento.
Desse modo, ao identificar o que pode ser importante para cada funcionário, você pode iniciar ações que contribuam com esses pontos, a fim de personalizar o desenvolvimento profissional e deixá-los mais satisfeitos no seu dia a dia.
3. Investir em gamificação pode ajudar a efetivar a Teoria de Dois Fatores. Pense em treinamentos e dinâmicas que façam os colaboradores se desenvolverem e se sentirem valorizados, especialmente aqueles que trabalham remotamente ou estão em vias de assumir novas funções.
Estabelecer um ciclo de treinamentos também é uma forma de monitorar regularmente o engajamento e entender o que os funcionários precisam para melhorar o seu desempenho.
Colocar a Teoria de Herzberg em prática não é tão difícil quanto parece, não é? Comece agora mesmo a reavaliar a cultura da empresa e criar uma rotina mais feliz e produtiva.
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