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A transformação digital vem aumentando a demanda por soluções de tecnologia da informação (TI) em diversos setores. Mas na hora de desenvolver softwares corporativos, muitos gestores ficam divididos entre o desenvolvimento interno (in-house) e o outsourcing, ou terceirização dos serviços de TI.
Amplamente adaptado ao mercado atual, o outsourcing de TI é um esquema de trabalho em ascensão, alavancado pelo dinamismo, a qualidade das entregas e um ótimo custo-benefício. Mesmo assim, alguns fatores podem justificar a criação ou expansão da sua estrutura interna – tornando essa opção mais segura e sustentável financeiramente.
Como definir a melhor estratégia para a sua empresa? Neste artigo, vamos apoiar sua decisão abordando pontos como:
Desde o fim dos anos 2000, a disrupção rompeu a bolha das startups e se popularizou como norte estratégico. Afinal: em um mercado cada vez mais competitivo, o sucesso de qualquer empresa depende da capacidade de inovar nos produtos e modelos de negócio, influenciando a cultura e podendo revolucionar áreas inteiras.
Para acompanhar o avanço da tecnologia, as empresas miram em uma organização mais dinâmica e eficiente. Com isso, estruturas robustas e verticalizadas têm cedido espaço aos arranjos em rede, baseados em networking, parcerias e co-criação.
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O setor de tecnologia da informação e computação (TIC) foi pioneiro nesse sentido. Primeiro, porque as startups digitais incubaram muitas metodologias utilizadas hoje, como Lean Manufacturing, Agile (origem da expressão “metodologias ágeis”), Scrum e Design Thinking.
Segundo, porque a modernização dos demais setores ampliou os investimentos em TI – motivando cada vez mais contratos com as empresas do ramo. Assim, a terceirização ou outsourcing de TI tornou-se um meio para promover a transformação digital, atualizando as operações e aumentando a produtividade sem desequilibrar o orçamento.
Entre os principais serviços terceirizados – além da integração e gestão de dados, computação em nuvem e instalação de redes corporativas –, podemos destacar o desenvolvimento de aplicativos web e mobile, foco da nossa discussão. Acompanhe a seguir!
Antes de optar entre outsourcing e uma equipe de TI in-house, é fundamental conhecer os requisitos para o desenvolvimento de aplicativos.
No dia a dia da empresa, a automação agiliza inúmeros processos. Mas desenvolver softwares demanda tempo, dedicação e conhecimento técnico para garantir, entre outros benefícios:
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Por trás desses atributos, existe uma equipe de profissionais cuja estrutura mínima se resume em:
Gerente de Produto: é o “dono” do aplicativo, representante da equipe interna ou terceirizada. Define as funcionalidades, estratégias e o roadmap do software conforme as demandas e regras de negócio do cliente. Além do conhecimento técnico, detém conhecimentos de gestão, vendas e marketing, cuidando dos aspectos comerciais do app. Faixa salarial: entre R$ 4 mil e R$ 10 mil.
Gerente de Projetos: responsável por acompanhar o cronograma e pautar a equipe desenvolvedora. Monitora o desempenho, recebe solicitações e negocia as demandas junto ao cliente. Organiza o trabalho para cumprir as metas e prazos estabelecidos. Faixa salarial: em torno de R$ 10 mil.
Líder Técnico: enquanto o gerente de produto possui uma visão mais estratégica, o líder técnico orienta o desenvolvimento do app em si, direcionando a equipe e apoiando a gestão do projeto. Faixa salarial: entre R$ 4 mil e R$ 8 mil.
Designer UX/UI: idealiza e executa as telas do aplicativo, visando melhorar a experiência do usuário. As artes serão “animadas” pelo desenvolvedor front-end, que programa as interfaces do software. Faixa salarial: de R$ 3 mil a R$ 6 mil.
Desenvolvedores (Front-End, Back-End e Mobile): o time de desenvolvedores cobre diferentes frentes de programação do aplicativo, desde a “frente” (interface) até o “fundo” do software (integrações com múltiplos servidores). Há também os desenvolvedores especialistas em mobile, que adequam o código do app a linguagens específicas (Java, Swift, entre outras). A faixa salarial varia segundo o foco dos profissionais, ficando entre R$ 3 mil e R$ 9 mil em média.
Iniciaremos nosso comparativo falando sobre a solução mais convencional: o desenvolvimento interno.
Neste arranjo, a empresa solicita o serviço a uma equipe própria, encarregando-se de contratar profissionais, licenças de software e instalar a infraestrutura de TI adequada.
Para alguns gestores, o maior atrativo do desenvolvimento in-house é o controle sobre as atividades da equipe. Mesmo em tempos de home office, o fato de todos os funcionários serem vinculados à empresa facilita a comunicação, o fit cultural e o acompanhamento dos resultados, bem como ajustes e otimizações de percurso.
Também existem projetos que envolvem o compartilhamento de informações estratégicas – os quais a diretoria opta por “manter em casa”. Quando há uma demanda contínua por projetos de TI, ter uma equipe interna reduz o tráfego de dados para fora da empresa, e pode melhorar a segurança da informação.
Resumindo, o desenvolvimento interno compensa quando:
A empresa possui uma estrutura consolidada, com serviços, processos e metas bem definidas;
O clima organizacional é bom, com alto engajamento dos funcionários;
Há uma demanda contínua por projetos de TI;
As demandas de TI são cruciais para a atividade-fim da empresa;
A orientação para resultados pede maior controle das atividades;
A diretoria prefere restringir o acesso a informações estratégicas.
O custo de instalação e manutenção é o principal obstáculo ao desenvolvimento interno. Se a empresa atua fora do mercado digital, estruturar a área de TI pode consumir muito tempo e dinheiro – sobretudo pelo déficit de profissionais no Brasil.
O investimento em infraestrutura e pessoal prevê ainda a atualização permanente da equipe, das licenças e do equipamento utilizado, assim como o onboarding de novos profissionais. Isso pode obrigar à terceirização de outros serviços (como facilities) e à “pechincha” de softwares e hardwares mais baratos, como forma de conter os gastos.
Por fim, internalizar a TI pode dificultar sua adaptação ao mercado, caso contratos sejam perdidos ou tecnologias disruptivas exijam a reinvenção da estrutura e dos profissionais alocados.
Introduzimos que o outsourcing se refere à terceirização dos serviços de TI a empresas especializadas.
Em alguns casos, a equipe terceirizada atua no espaço da empresa contratante. Porém, o mais comum é que o trabalho seja feito remotamente, em um (ou mais) destes três níveis:
Offshore: terceirização de empresas em países com grande diferenças culturais e de fuso horário em relação ao Brasil (China, Índia, entre outros exemplos);
Onshore: terceirização de empresas do mesmo país da contratante (no caso, de empresas brasileiras);
O outsourcing de TI tem alta procura por oferecer, em geral, ótimo custo-benefício. De pronto, a empresa contratante reduz os custos com infraestrutura, recrutamento e atualização – economizando dezenas de milhares de reais.
Para projetos pontuais, como o desenvolvimento de software, o valor também é vantajoso pela agilidade na entrega. É muito importante para o fornecedor seguir o cronograma acordado, de modo a não prejudicar demandas de outros clientes. Combinada a metodologias que melhoram a produtividade, a atenção ao planejamento contribui para que a solução seja entregue no prazo fixado.
Além do dinamismo, há a sofisticação do produto. Em empresas terceirizadas, o foco está no core business – isto é, em promover a entrega dos melhores aplicativos. Dessa forma, o outsourcing garante know-how altamente especializado, além do uso de tecnologias atuais e reconhecidas pelo mercado. (Isso libera a sua empresa para investir no que faz de melhor também).
Por fim, o desenvolvimento outsourced prevê a realização de testes automatizados, o que agrega eficácia e qualidade à entrega. Ao fim do contrato, o vínculo com a empresa se encerra – podendo ser renovado e abarcar novos serviços.
O outsourcing de TI é recomendado quando:
O planejamento estratégico prioriza o core business da empresa;
O orçamento para serviços de TI é limitado;
Os projetos de TI são de curta duração (até um ano de trabalho);
A empresa possui demandas complexas ou muito específicas de TI;
A empresa possui demandas diversas de TI, ou está acelerando sua transformação digital.
A insegurança em relação ao outsourcing normalmente diz respeito ao controle das atividades e ao compartilhamento de informações estratégicas.
É importante observar que a distância nem sempre interfere no acompanhamento do trabalho. Empresas que terceirizam o desenvolvimento de software estão habituadas a essa rotina, e preveem no cronograma reuniões de alinhamento.
De qualquer forma, é preciso definir como os times serão integrados, estabelecendo canais e protocolos de comunicação. A empresa terceirizada também deve apresentar seus serviços de segurança da informação, além de um acordo de não-divulgação (Non-Disclosure Agreement, NDA).
Como regra geral, a melhor forma de “sondar” o outsourcing é solicitando uma Prova de Conceito (POC). Por meio deste instrumento, a empresa terceirizada se apresenta e avalia a demanda, podendo até sugerir a contratação de uma equipe interna. Se o projeto interessar a ambas as partes, este contato inicia a definição do escopo, ajudando sua equipe a ganhar confiança e fazer bons investimentos.
Desenvolvimento Interno x Outsourcing de TI
Interno (In-house) | Terceirizado (Outsourced) | |
Controle de atividades |
Pleno, executado conforme os processos e necessidades da gestão | Reduzido, gerido pela empresa contratada |
Segurança da informação | Plena, assegurada por protocolos internos | Relativa, conforme os protocolos da empresa contratada e as necessidades do projeto |
Know-how | Limitado aos treinamentos e necessidades da empresa | Altamente qualificado |
Sinergia entre os times |
Depende dos processos internos e do engajamento dos funcionários | Depende do acordo com a empresa contratada |
Flexibilidade | Reduzida, devido à departamentalização | Alta, com contratos por projeto e sob demanda |
Agilidade na entrega |
Relativa, conforme a demanda e a produtividade interna | Alta, com predomínio de metodologias ágeis |
Investimento ($) | Elevado, em função da criação, manutenção e atualização constante da estrutura | Reduzido, otimizado para as necessidades do projeto |