Design Thinking: entenda por que e como aplicá-lo ao marketing digital

 

Nos últimos anos, estudos de diversas consultorias nas áreas de vendas e marketing destacam uma mesma tendência: a da adoção de estratégias com foco no consumidor (customer-centric). Em geral, o mercado reconhece que o público tem demandas sofisticadas – o que motiva as empresas a direcionar seus esforços para a compreensão e encantamento dos compradores, investindo em produtos e ações personalizadas.

É neste cenário que o design thinking vem ganhando espaço não só como metodologia de trabalho, mas como fundamento de uma cultura organizacional moderna. Baseado na co-criação de soluções – que envolve, muitas vezes, os próprios clientes no processo –, o método se popularizou entre empreendedores voltados à inovação, sobretudo donos de startups e negócios do mercado digital.

Mas afinal: o que é pensar como um designer? Como esta perspectiva melhora o relacionamento com o cliente e o desenvolvimento da empresa? Neste texto, você vai conhecer a proposta e as vantagens do design thinking para o marketing digital, além do passo-a-passo essencial para sua equipe implementá-lo. Continue a leitura e confira!

 

Design Thinking: História e definição

 

O design thinking ganhou visibilidade em 2009 com a publicação do livro Design Thinking – Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. A obra foi escrita pelo designer britânico Tim Brown – que, até 2019, presidiu a IDEO, uma das maiores empresas de design e consultoria em inovação do mundo. 

Assim como a arte, o design é frequentemente associado à beleza e ao aspecto visual das coisas. O que o diferencia, no entanto, é o seu caráter funcional. Mais do que criar itens esteticamente agradáveis, o design se preocupa em suprir necessidades e facilitar o uso de produtos e serviços. Ou seja: o objetivo dos designers é desenvolver projetos que atendam às demandas do cliente com o máximo de fluidez e eficiência.

Atingir esse objetivo depende de uma compreensão profunda e sensível do consumidor final. Quais atividades ele desempenha, e que dificuldades encontra para realizá-las? Como ele se apropria das ferramentas já existentes para executar suas tarefas? Lançar um olhar empático sobre o cliente é o primeiro passo para desenvolver soluções relevantes. Complementam essa ação a criatividade da equipe envolvida e a materialização das ideias em protótipos – versões beta dos produtos, destinadas à testagem.

Conhecendo esses estágios do trabalho dos designers, já é possível ter uma boa noção do que abrange o design thinking. Em essência, trata-se de um conjunto de ferramentas, técnicas e práticas para fomentar o surgimento de ideias inovadoras, tendo o público-alvo como referência. Por esse viés, o método aborda problemas complexos de forma humanizada, priorizando o bem-estar das pessoas e agregando mais valor a bens e serviços.

 

Principais conceitos do design thinking

 

  • Empatia: é a capacidade de colocar-se no lugar do cliente. É promovida pela observação e diálogo sobre seus hábitos, dificuldades e anseios, a fim de conhecer seus valores e necessidades fundamentais;
  • Colaboração: no design thinking, o desenvolvimento de soluções é feito por equipes multidisciplinares, que trabalham em conjunto integrando seus conhecimentos e ideias. Os próprios clientes podem participar do processo – que, de quebra, trabalha o pertencimento e a valorização dos envolvidos;
  • Experimentação: testar as soluções propostas é primordial para corrigir problemas antes da implementação. Os protótipos ajudam a refinar o produto e desmistificam os erros, entendendo-os como parte do processo criativo.

 

Método Design Thinking: Como funciona?

 


 

Geralmente, o método design thinking de trabalho segue o Modelo Duplo Diamante. O nome é uma alusão à estrutura do processo, projetada em dois losangos para ilustrar a convergência entre pesquisa e desenvolvimento.

As etapas do processo design thinking são:

 

  1. Imersão

    Etapa que promove a empatia por meio de práticas de observação, entrevista, pesquisa e vivência. Nela os designers se aprofundam na história, no contexto e no perfil do cliente.


  2. Análise

    Desdobra-se em procedimentos de documentação, leitura e sistematização de dados. É a etapa em que a equipe compartilha seus registros, opiniões e insights sobre a situação, identificando padrões, desafios, oportunidades e condições de trabalho. Ao fim da análise, tem-se o briefing do projeto.


  3. Ideação

    Situada a equipe, inicia-se o desenvolvimento da solução de fato, com reuniões de brainstorming e co-criação. Desta etapa, surgem as ideias para os protótipos.


  4. Prototipagem

    Os protótipos (de baixa, média ou alta fidelidade) são testados para ajustes, iteração e validação. Última etapa antes do fechamento do projeto.

 

Como o design thinking se aplica ao marketing digital?

 

Tomando o consumidor final como referência, o design thinking vai ao encontro de um giro importante promovido pelo marketing digital na última década.

Tradicionalmente, o papel do marketing é trabalhar a identidade da marca e persuadir o público sobre o valor dos produtos. Essa tarefa se modificou desde a internet 2.0: hiperconectados e podendo contatar as empresas em poucos toques, os consumidores refinaram os critérios de escolha dos produtos e avaliação do atendimento. Hoje, as pessoas buscam alternativas genuinamente alinhadas com suas necessidades e estilos de vida – e contam com o feedback das marcas sobre essas demandas.

Sendo assim, o foco das equipes de marketing tem se deslocado dos interesses mercadológicos da empresa para o relacionamento com o público. Mais do que nunca, compreender o comportamento dos consumidores – seus aspectos cognitivos, emocionais, estéticos – é decisivo para consolidar a marca e impulsionar as vendas. Em canais digitais, a análise de big data também permite segmentar e atender diversos públicos ao mesmo tempo, implicando em uma comunicação complexa e focada em preferências de nicho.

 

“O foco das equipes de marketing tem se deslocado dos interesses mercadológicos da empresa para o relacionamento com o público.”

Renova-se, com isso, a importância das personas para o planejamento estratégico. São essas ferramentas que determinam a linguagem da marca, gerando empatia e identificação no público. Brand e buyer personas também ajudam na criação de conteúdos, ações, canais e até produtos mais relevantes para o público. Dessa forma, convencê-lo do valor da entrega é secundário – já que os consumidores percebem na prática a utilidade das soluções oferecidas.

Resumindo, o design thinking é uma perspectiva que acompanha as novas tendências do marketing digital, nas quais os públicos consumidores são múltiplos e altamente exigentes. É uma abordagem que, para as empresas, pode gerar inovação e competitividade – e para os clientes, mais satisfação e proximidade com as marcas.

 

Vantagens do design thinking no marketing digital

 

  • Ações e estratégias personalizadas: a imersão proposta pelo design thinking permite desenvolver campanhas muito mais assertivas, que conciliam as necessidades da empresa e do público final. Na etapa de prototipagem, testes A/B e interações com os usuários (por redes sociais, e-mail marketing, marketing omnichannel) também contribuem para refinar a estratégia;

  • Produção de conteúdo relevante: um método voltado para a empatia e inovação ajuda a criar conteúdos originais e formatá-los para as mídias e públicos mais adequados. Dessa forma, seu time aumenta a sintonia com os clientes, mostrando que conhece o repertório, os hábitos e as preferências deles;

  • Colaborações: falando em produção de conteúdo: você valoriza os materiais criados pelos seus fãs? Este tipo de engajamento também se enquadra como colaboração, e integrá-lo ao processo design thinking abre espaço para ações promissoras. O mesmo se aplica a parcerias com influenciadores digitais e até ações institucionais envolvendo colaboradores e parceiros da marca;

  • Branding de excelência: uma marca sólida e profissional poupa muitos esforços de persuasão. Uma das melhores formas de cultivar a sua marca é promovendo experiências positivas – como um atendimento sensível, campanhas direcionadas ou eventos com significado para o público. Ações que engajam os colaboradores da empresa também são válidas, na medida em que valorizam os profissionais e conferem credibilidade à marca;

  • Upgrade no endomarketing: além de afinar a comunicação com o consumidor final, o design thinking é frequentemente usado para melhorar os processos internos de trabalho. A proposta de co-criação e integração entre equipes pode ser empregada no engajamento dos colaboradores, incentivando a criatividade e a produtividade.

 

Esclarecemos suas dúvidas sobre design thinking?

Incorporado ao dia a dia da empresa, este método forma times mais criativos e motivados, diferenciando as entregas e o ambiente de trabalho.

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